Mostra final do projeto Guardiões da Água reúne mais de 400 pessoas na Praça 20
O projeto Guardiões da Água, que tem o objetivo de levar educação ambiental para jovens e crianças em situação de vulnerabilidade social através de oficinas de arte, teve sua mostra final realizada nesta quarta-feira (11) no picadeiro do Circo Pantanal, que está instalado na Praça 20 de Setembro, ao lado da Biblioteca Pública.
O dia foi de diversão com as apresentações tanto dos artistas circenses quanto dos alunos que mostraram alguns dos resultados do aprendizado do ano de oficinas divididas em 33 núcleos, com 11 oficineiros de sete áreas diferentes de arte e educação ambiental.
Entre as 8 e as 17 horas, mais 400 pessoas participaram das diversas atividades promovidas na lona do circo e em outros espaços da Praça 20. No fim da manhã, o prefeito Ary Vanazzi; o diretor-geral do Semae, Nestor Schwertner; o secretário municipal de Cultura, Pedro Vasconcellos; e o músico Eduardo Tamborero, que coordena o projeto, entregaram troféus às escolas estaduais e municipais e às organizações da sociedade civil que sediaram os encontros do Guardiões da Água.
Em meio a apresentações artísticas e oficinas de muralismo e de grafite realizadas em conjunto com os alunos, a estudante Kalita Carolina dos Santos, de 16 anos, da associação AMMEP, ressaltou a importância do Guardiões para a comunidade ao incluir os jovens nas práticas socioambientais, tirando-os da rua.
“É muito interessante participar porque é um projeto que dá oportunidade para as crianças aprenderem a importância de preservar o meio ambiente, principalmente os rios”, disse Kalita.
Durante as atividades no picadeiro do circo, um grupo de alunos de grafite trabalhava em uma das paredes da Biblioteca Vianna Moog sob a supervisão do oficineiro Mateus Greff, reconhecido artista da área na região. “Trabalhar o grafite junto com o tema do meio ambiente é fantástico porque o grafite é usado como uma forma de ilustrar a situação. O projeto Guardiões da Água volta o olhar da comunidade para nosso Rio dos Sinos e causa a reflexão sobre como entender, enfrentar e resolver questões ambientais”, explica Mateus.
Os alunos grafitaram em uma parede externa da biblioteca uma intervenção ao trabalho já existente no local que representa a imagem de uma mulher indígena para valorizar o espaço e, segundo a estudante Dulci Bianca da Silva, de 13 anos, trazer a mensagem para a sociedade de como está a situação do Rio dos Sinos.
O coordenador do projeto, Eduardo Tamborero, agradeceu às crianças e aos jovens participantes, assim como às direções das entidades que acreditaram no Guardiões da Água e fizeram parte de um ano de grande aprendizado. “É um projeto inovador que trabalha a educação ambiental através da arte e queremos sempre discutir e aprofundar com vocês novas formas de melhorar e intensificar a ação com as crianças e os jovens nas comunidades em que vivem para criarmos uma consciência cidadã”, disse Tamborero.
O secretário municipal de Cultura e Relações Internacionais, Pedro Vasconcellos, frisou que não teria sido possível atingir mais de 400 crianças e adolescentes sem o trabalho e a dedicação das entidades parceiras e dos oficineiros, a quem listou um a um. “Este é um projeto que vai continuar para avançarmos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU aqui em São Leopoldo”, disse Pedro.
O diretor-geral do Semae, Nestor Schwertner, destacou que todos os envolvidos no projeto Guardiões da Água têm vínculos fortes e enraizados nas suas comunidades. Em sua fala, Schwertner lembrou a questão do acesso à água potável e de qualidade. “Esta é uma questão mundial e é cada vez mais importante desenvolvermos a consciência de que a água é um bem público universal e não uma mercadoria como querem alguns que tentam privatizar o acesso à água e ao tratamento da água que chega na casa das pessoas”, disse.
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, saudou os participantes, os oficineiros e as entidades presentes e lembrou o quanto tem sido difícil para o município manter os investimentos públicos no momento em que, no Estado e no País, se cortam recursos e cresce o empobrecimento da população. “Este bonito projeto, o Guardiões da Água, a partir do ano que vem, também vai buscar os jovens e as crianças que estão fora da escola, que estão vulneráveis e sendo disputados pela criminalidade, sem perspectiva de educação e cultura. Vamos aprofundar os trabalhos e fazer a nossa parte”, disse Vanazzi.
Texto: Andriele Giroto | Estagiária de Jornalismo da Secult, sob supervisão da jornalista Aline Marques (MTb 8929) | Scom PMSL