Descarte incorreto de óleo de cozinha pode prejudicar o tratamento do esgoto
Desfazer-se do óleo de cozinha corretamente é essencial para colaborar com a qualidade da água consumida. Além de ser prejudicial ao meio ambiente, o descarte incorreto pode contaminar a água e até mesmo entupir as redes de esgoto. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Serviços Urbanos (Semurb), o método correto é colocar o óleo em um recipiente de plástico, metálico ou de vidro, sem vazamentos, e entregar ao caminhão da coleta seletiva separadamente.
Deve-se evitar garrafas pet como as de refrigerante, água ou suco, pois, sujas com óleo, elas não são recicláveis. Também é prejudicial jogar óleo na pia, ralos e rios. Além disso, não é aconselhável colocar no lixo, mesmo se estiver em um recipiente fechado. Descartar corretamente os resíduos ajuda a preservar os recursos naturais do planeta, sendo a água um dos mais importantes.
De acordo com a gerente de Operação de Sistemas de Esgotamento Sanitário, Aline Barreto, o esgoto doméstico é composto principalmente por matéria orgânica e nutrientes. Estes dois tipos de compostos quando atingem arroios e rios, no que depender da qualidade das águas do corpo hídrico, podem ser de fácil ou difícil depuração, ou seja, degradação natural ao longo do curso das águas. “Em rios já bastante prejudicados pelo lançamento de efluentes de origem doméstica e industrial, como é o caso do Rio dos Sinos, essa degradação ocorre de maneira bastante lenta, causando aumento da poluição, eutrofização na superfície, redução dos níveis de oxigênio dissolvido, desenvolvimento de condições anaeróbias nas partes mais profundas, geração de odor desagradável e mortandade de peixes. As Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) são responsáveis pelo abatimento dessa carga orgânica e a remoção dos nutrientes dos esgotos, antes que esses alcancem os corpos hídricos”, afirma.
Utilizando processos químicos, físicos e biológicos nas cinco ETEs do município, o Semae remove grande parte da matéria orgânica e dos nutrientes no tratamento do esgoto. Com isso, contribui para a preservação dos arroios da cidade e do Rio dos Sinos, já que garante que o esgoto passe por um tratamento antes de ser lançado na natureza.
Aline também afirma que o óleo nos encanamentos interfere no tratamento dos efluentes. Segundo ela, as ETEs operam a partir de processos biológicos, ou seja, através da ação de microrganismos que mantêm a qualidade da água que retorna ao Rio dos Sinos. “A presença de óleos e gorduras no esgoto prejudica a atividade biológica e reduz a eficiência do tratamento e, em casos extremos, causando a total desativação dos microrganismos”, finaliza.