Sétima rodada da prestação de contas do Semae é realizada na Região Norte 1
A sétima rodada de prestação de contas do Semae ocorreu nesta terça-feira (10), no DTG Gaudérios do Vale, no Jardim Viaduto. O diretor-geral da autarquia, Nestor Schwertner, apresentou os números e a principais obras realizadas no município e na região. “Dos mais de R$ 37 milhões em dívidas que recebemos da gestão passada, já pagamos R$ 18 milhões. Daquele valor, mais de R$ 10 milhões eram dívidas com energia elétrica. O restante é de empréstimos de longo prazo. Recuperamos financeiramente o Semae e investimos, de 2017 até agora, mais de R$ 15 milhões de recursos próprios da autarquia”, explicou Nestor.
A Região Norte 1 soma 6.507 economias, ou seja, residências com o abastecimento de água medido pelo Semae. Na região, 382 famílias são beneficiadas com a Tarifa Social, que torna o pagamento da água mais justo. Nestor Schwertner lembrou – exibindo matérias de jornal – que, em 2016, várias ruas e dezenas de casas do Bairro Campina foram invadidas por esgoto cloacal devido a problemas na Casa de Bombas. “Nós ampliamos a capacidade de bombeamento de carga na Casa de Bombas (DNOS Campina) – um aumento de mil litros por segundo – e aquele problema não voltou a acontecer. Além disso, aumentamos a capacidade de proteção contra as cheias e reduzimos os alagamentos, que são um problema crônico da região”, detalhou.
O abastecimento de água também foi destacado no encontro. “Com a instalação de um novo e moderno sistema de captação de água do Rio dos Sinos e com a redução de perdas de água, atingimos o maior nível de economia já medido no Semae. Hoje, São Leopoldo tem pleno abastecimento e a falta de água só se dá por falta de energia elétrica ou eventuais rompimentos de tubulação – que também estamos reduzindo com constante manutenção e o início do Programa de Substituição de Redes”, disse Nestor. Também foram instaladas, no período, oito válvulas reguladoras de pressão (VRPs); feita a extensão de três mil metros da adutora (Vila Brás e Cooper Progresso) e está planejada para este ano a instalação de mais cinco VRPs – que evitam rompimentos de tubulação na noite, quando a pressão da água é maior. Na Scharlau, o Semae investiu também na nova rede com tubulações de polietileno de alta densidade (PEAD), material resistente e bastante flexível que não enferruja, não apodrece e não permite formação de crostas em seu interior, mantendo a vazão ao longo dos anos.
O policial aposentado Karlo Schneiders, 63 anos, que mora na região há 40 anos, lembrou que neste verão, apesar de muito calor, não houve falta d’água. “Isso para nós todos foi essencial e percebemos que não faltou água pela capacidade de gerenciamento e administração da situação pelo Semae. Meus vizinhos e familiares pediram que eu trouxesse esse depoimento hoje à noite e agradecesse a todos pelo trabalho”, disse Karlo.
Alexandre Pereira Nunes, 56 anos, que vive há 53 anos no Jardim Viaduto, lembrou que em várias ruas da região, em dias de chuva, ainda acontecem alagamentos crônicos. “Já solicitei serviços de limpeza da rede e, de fato, o Semae compareceu e fez o serviço, mas me parece que há uma obstrução geral da rede. O diretor-geral do Semae, em resposta, encaminhou uma visita técnica no local para verificar a situação da rede de escoamento.
O assessor de Gestão Organizacional do Semae, Anderson Etter, que morou e tem família na região, lembrou como era o local até meados da década de 2000 e das grandes obras que aconteceram em função de uma política nacional de investimentos, a partir de 2005, quando São Leopoldo fez muitos projetos para captar recursos para obras de infraestrutura urbana. “A região mudou bastante, melhorou bastante. Mas ainda há, infelizmente, problemas crônicos. Com planejamento, nós estamos conseguindo apresentar melhorias no serviço – como o funcionamento pleno de todas as Casas de Bombas. Nós temos 21 conjuntos de motobombas em funcionamento. Em 2017, quando assumimos, apenas sete estavam funcionando. Outro problema estrutural é que, no governo passado, houve um orçamento para a construção de um Plano de Drenagem Urbana para São Leopoldo – que envolve o mapeamento dessas redes e os investimentos necessários para a substituição, tudo o que compõe os serviços de drenagem. Só para desenvolver esse plano o custo seria de mais de R$ 6 milhões para uma empresa que seria contratada para realizá-lo. Agora nós estamos executando este plano, mas com os técnicos da Prefeitura e do Semae em parceria com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Então, o que custaria ao município mais de R$ 6 milhões, hoje, com o nosso planejamento, significa um investimento de R$ 1,1 milhão parcelado em 24 vezes, que será o tempo de execução deste plano”, detalhou Anderson.