Moradores do Santa Teresa participam da prestação da contas do Semae
Na noite de quinta-feira, 20 de fevereiro, aconteceu a 4ª Rodada de Prestação de Contas do Semae, desta vez na Associação de Moradores da Vila Justo, na Rua Viamão, no bairro de Santa Teresa, Zona Sul de São Leopoldo. O evento, que vai percorrer todas as regiões do município até abril, tem como objetivos apresentar as realizações da autarquia no período de 2017-2020 e ouvir sugestões e demandas da comunidade para melhorar os serviços.
O início da atividade se deu com a apresentação de rap de três adolescentes que são alunos da Oficina de Comunicação Comunitária, do projeto Guardiões da Água, na Ocupação da Justo. Eles têm aulas com o oficineiro Mano Vini. Os jovens Nego Vini, Pajé e Naruto, além de fazerem a apresentação artística inicial e final do evento, também deram depoimentos sobre a importância do projeto Guardiões da Água para a comunidade e para as suas vidas pessoais.
O evento iniciou com a apresentação de um vídeo institucional que mostra as principais conquistas do Semae nos últimos anos, detalha alguns dos investimentos e explica porque São Leopoldo, apesar da seca, está num patamar de pleno abastecimento de água, sem risco eminente de racionamento.
Em sua saudação inicial, o diretor-geral do Semae, Nestor Schwertner, lembrou que Santa Tereza, por ser uma das regiões topograficamente mais altas da cidade, como a Vila Nova, sempre sofreu com falta d’água. “Nós, desde 2017, trabalhamos muito para resolver esse problema. Antes, quando o Rio dos Sinos chegava ao nível de 1 metro e 10 centímetros, já ficava difícil bombear água para as regiões mais altas. Hoje, com a nossa nova captação, na nova EAB, temos uma tecnologia mais eficiente que dá segurança mesmo que tenhamos níveis muito baixos no rio. Podemos afirmar que só falta água na cidade se o Rio dos Sinos secar completamente. A falta de água hoje só se dá por eventuais problemas de falta de energia elétrica ou rompimentos de tubulação”, garantiu Nestor.
O assessor de Gestão Organizacional do Semae, Anderson Etter, apresentou dados e imagens das ações da autarquia na Região Sul de São Leopoldo. “Nada é mais correto do que o Semae estar nas associações de moradores, nas igrejas, juntos das comunidades, apresentar o seu trabalho e, principalmente, ouvir as demandas da população. Estamos prestando contas dos investimentos e melhorias realizados e como estamos revertendo os recursos financeiros oriundos dos pagamentos das tarifas de água de cada residência. É importante que o Semae, como empresa pública, faça isso – queremos mostrar que a empresa pública funciona, é um patrimônio do povo de São Leopoldo e dá resultados”, disse.
Em 31 de dezembro de 2016, no último dia da gestão passada, o Semae foi deixado com uma dívida de mais de R$ 37 milhões. Desde montante, R$ 10 milhões eram de dívidas com a companhia de energia elétrica. O saldo em caixa do Semae, no fim de 2016 era de apenas R$ 85 mil. Hoje, o saldo em caixa da autarquia é de R$ 7 milhões, sendo que neste período já foram pagos mais de R$ 18 milhões da dívida anterior. Tudo isso sem abdicar de investimentos. “Na Região Sul há 8.921 economias (residências com medição de consumo de água) e 395 famílias são beneficiadas, desde 2017, com a Tarifa Social que possibilita que paguem um preço mais justo pela água de acordo com sua renda”, detalhou Anderson.
A líder comunitária e servidora pública Tânia Corrêa, que é moradora há 50 anos do bairro Santa Teresa, lembrou dos problemas históricos de falta d’água na região – que estão resolvidos. “Nos últimos anos, nunca mais faltou água. Por isso, estão de parabéns”, disse Tânia. O aposentado Almeri Garcia, morador do local há 46 anos, também lembrou que o problema era crônico: “Eu acho que o trabalho está excelente, não temos do que nos queixar”. O servidor do Hospital Centenário Jorge Ortiz, que mora no bairro há 3 anos, ressaltou que neste período não teve problema com abastecimento de água.
Em seguida, se sucederam no microfone os oficineiros do projeto Guardiões da Água Wagner Coriolano e André de Jesus que ressaltaram a importância de uma autarquia de água e esgoto, como o Semae, investir também em educação ambiental através de projetos de arte e cultura.
Em sua fala final, o diretor-geral do Semae Nestor Schwertner pontuou alguns aspectos da atual gestão como o investimento em eficiência hidroenergética – que economiza energia elétrica e reduz o desperdício de água tratada perdida em vazamentos. “Estamos certos de que fazendo a substituição das redes mais antigas de água, economizamos mais de 20%, 25% da água. Perdendo menos água, podemos captar menos e, assim, economizar também produtos químicos no tratamento da água para o consumo”, explicou Nestor. “A água é um bem público universal e pertence, portanto, a todas as pessoas. Por isso é importante mantermos o Semae uma empresa pública, com bons serviços, para atender ao povo de São Leopoldo”, concluiu.
Depois de uma breve pausa na semana do Carnaval, as Rodadas de Prestação de Contas do Semae voltarão a acontecer na primeira semana de março, na Zona Norte de São Leopoldo.