ECONOMIA | Ações do Semae geram redução de 20% na conta de energia elétrica da autarquia
Depois de herdar um parcelamento de R$ 9,5 milhões da gestão anterior, o Semae mudou o cenário de suas contas de energia elétrica. Agora, no mês de agosto, a autarquia quitou a 53ª parcela de um total de 56 acumuladas. A dívida contraída entre os anos de 2013 e 2016, portanto, está praticamente liquidada. Em novembro, vence a última fração mensal com valor de R$ 170 mil.
Mas mais do que pagar contas, o Semae tem investido em ações para uso inteligente da energia elétrica. O trabalho já tem resultado: R$ 210 mil a menos na fatura do mês. Em julho de 2019, a autarquia pagou R$ 1.025.270,48 à concessionária. Um ano depois, em julho de 2020, foram pagos R$ 814.928.70. “A diferença média mensal do último ano é de R$ 127 mil”, calcula o assessor de Gestão Organizacional, Clairton Rodrigues da Fé.
O número foi conquistado, principalmente, a partir da redução das perdas físicas de água. Segundo o assessor técnico de Engenharia, Everson Gardel, com a implantação do programa de eficiência hidroenergética Semae Sustentável, o índice teve queda de 43%. “Com as Válvulas Reguladoras de Pressão, reduzimos os rompimentos. Com menos vazamentos, menos água passou a ser perdida e, consequentemente, diminuiu nossa necessidade de produção. Além disso, nós ajustamos o consumo de energia elétrica com intervenções em pontos operacionais”, explica. Mudanças no funcionamento das motobombas e na adução de água, que agora conta com duas redes, também são citadas por Gardel como fundamentais para os efeitos alcançados.
A Elevatória de Água Bruta (EAB), por exemplo, recebeu aporte financeiro de mais de R$ 1 milhão do Programa de Eficiência Energética da RGE. Os valores garantiram a aquisição de um quinto conjunto motor-bomba anfíbio que, somado aos quatro já existentes, proporcionará economia de 600MWh/ano na unidade.
“Quando falamos da energia elétrica, que é a segunda maior despesa do Semae, nós podemos pontuar três grandes questões: esta gestão pagou uma dívida de quase R$ 10 milhões causada pelo governo anterior. Depois, retomou a credibilidade da autarquia, que deixou de dever e passou a receber investimentos da concessionária de energia. Por fim, conseguimos implementar ações para reduzir o consumo de energia elétrica. Portanto, podemos afirmar que um serviço público bem administrado dá certo. O saneamento é fundamental para a saúde de qualquer comunidade e deve ser tratado com respeito por seus gestores”, comenta o diretor-geral do Semae, Anderson Etter.
O objetivo de continuar reduzindo a conta de energia elétrica, ao mesmo tempo em que oferece serviços eficientes de saneamento, faz o Semae projetar outras duas grandes ações: a desativação da Estação de Tratamento de Água São José, que entrou em funcionamento em 1926, e a instalação de uma usina fotovoltaica na Estação de Tratamento de Esgotos da Feitoria, que irá torná-la autossuficiente.
✍? Daiane Pires | Jornalista | MTb 15.127