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CPPIR | Sobre O Assassinato De João Alberto Silveira De Freitas

CPPIR | Sobre o assassinato de João Alberto Silveira de Freitas

Posicionamento do Coletivo de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (CPPIR) do Serviço Municipal de Água e Esgotos de São Leopoldo (SEMAE) – RS sobre o assassinato de João Alberto Silveira de Freitas

Compreendemos que o CPPIR e todas as formas de organização para enfrentamento ao racismo são resultado de uma longa e árdua luta do povo preto. Neste sentido, nós, enquanto membros do CPPIR do SEMAE, vimos por meio deste demonstrar solidariedade à família de João Alberto Silveira de Freitas, homem preto, brutalmente assassinado no supermercado Carrefour, na cidade de Porto Alegre, em 19 de novembro de 2020. Importante expressar que nossa solidariedade não é apenas para esta família, mas para todas as famílias que são atingidas, diariamente, com a perda de um ou uma familiar em decorrência da opressão estrutural, seja a via desta opressão o racismo, o machismo e/ou a homofobia.

Faz-se necessário compreendermos a opressão enquanto relação de dominação de um grupo social sobre o outro baseado em características biológicas e/ou físicas e étnico-culturais, sendo esta relação realizada tanto no campo material quanto no simbólico, tanto de forma coletiva quanto individual. Portanto, a opressão não é apenas questão de sentir-se oprimido, não é algo que está na cabeça e no coração de quem se sente oprimido. Trata-se de uma relação social, de um elemento objetivo.

O campo das opressões está diretamente ligado à manutenção da estrutura social de uma sociedade dividida, cindida em classes sociais opostas. Embora existam mais de duas classes sociais, há uma polarização entre as duas principais. De um lado, aqueles que se apropriam dos resultados do trabalho alheio. De outro, os que trabalham e ficam com o suficiente para sobreviver e, assim, garantir o status quo. Assim, o campo opressivo reforça a manutenção e a naturalização deste funcionamento social.

A fim de demonstrarmos a objetividade das opressões, vamos aos dados: 1) aproximadamente dois terços da população carcerária são de pretos e pardos (438,7 mil de uma população de 657,8 mil – Fonte: Anuário de Segurança Pública); 2) no mercado de trabalho, as ocupações que exigem maior formação são assumidas, majoritariamente, por não pretos/pardos; 3) conforme a PNAD, a porcentagem de desempregados é de 13,3% na população em geral, entre pretos é de 17,8% e entre brancos é de 10,4%.

Dessa forma, é mister lutarmos contra o racismo e as demais opressões. Não se trata apenas de uma questão momentânea, mas de algo que precisa ser travado ao longo dos anos. Ao mesmo tempo, é uma luta urgente porque estamos morrendo. Morremos todos os dias.

Viva Dandara! Viva Zumbi! Viva todos pretos e pretas e um salve aos antirracistas!

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